- Não confundam Resumo e Resenha. A principal característica da resenha é o seu cunho crítico. Na crítica a ser feita, apresentam-se os fatos, o objeto, o assunto sobre o qual esta se realizando a crítica; descreve-se o que pretende realçar ou o objeto como um todo, e avalia-se. Em certa aula de LPTA, no meu tempo, o professor Júlio deu um exemplo muito bom:
Vamos
criticar um CD?
Por
exemplo:
-
Quem é o cantor?
-
Fale um pouco da vida dele, da carreira, prêmios importantes,
singles lançados...
-
Descreva o
CD que você está criticando. Fale sobre a temática das músicas,
sobre suas divergências com outros trabalhos, suas qualidades e
defeitos em relação à produção, a composição... etc. (Comparar
é importante, pois você vai estar trazendo à tona características
da área em que está inserido o objeto, no caso, a área musical.)
-
Avalie,
apontando qualidades ou defeitos, como no tópico anterior.
- A estrutura da resenha não é fixa. Através de pesquisas feitas com resenhas publicadas em revistas e suportes reconhecidos, constatou-se que estes são os principais movimentos retóricos envolvidos na sua produção (apresentação, descrição e avaliação). Então, você pode sim, ao apresentar e descrever, avaliar.
- Algumas pessoas podem pensar na palavra crítica como algo negativo, mas não é bem assim. Pode haver tanto críticas negativas quanto positivas.
- IMPESSOALIDADE: Apesar de ser um gênero mais livre, em relação ao gênero resumo, pois aqui podemos expressar nossa opinião, não se animem muito. Como críticos nós devemos tentar ao máximo ser impessoais.
Aí
vocês devem se perguntar:
Como
assim? Não devo dar a minha opinião? Como uma opinião, uma
avaliação minha pode ser impessoal?
Pois
é, aí é que está.
O
crítico tem que constatar defeitos ou qualidades de uma obra (ou
seja lá qual for o objeto que esteja resenhando) da maneira mais
justa
possível.
O
crítico tem grande poder nas mãos. Muitos já devem ter ouvido a
máxima: Com grandes poderes vêm
grandes responsabilidades; sim, isto é
verdade. Grandes obras da literatura brasileira reconhecidas hoje, na
época em que foram lançadas não foram muito aceitas pela sociedade
leitora e grande parte ‘da culpa’ foi com certeza da crítica
feita a elas, então fica a dica: Cuidado com as palavras na ora de
criticar.
Existe
um texto de Machado de Assis (que além de grande escritor, foi um
grande crítico) que pode nos ajudar a compreender isto. O título do
texto é: O Ideal do crítico, onde
Machado começa dizendo: “Exercer a
crítica, afigura-se a alguns que é uma fácil tarefa, como a outros
parece igualmente fácil a tarefa do legislador [...]” (1964),
ou seja, o papel do crítico é comparado ao de um legislador, que
dita regras, leis. Neste texto ele traça as principais virtudes que
um crítico deve ter. Algumas delas são:
- Imparcialidade
- Independência – Independente da vaidade do autor e da dele mesmo. Independente em opinião.
- Tolerância
- Sinceridade
- Justiça
- Coerência
- FORMATAÇÃO: Vocês já tiveram esta aula. Não se esqueçam de paragrafar o texto. Ao contrário do resumo, não se recomenda o uso de parágrafo único.
Não
esqueçam de pôr a REFERÊNCIA do texto ou objeto resenhado.
Não
importa se no início (preferível) ou no fim, ela tem que vir.
Coloquem
a referência dos demais textos citados, se houverem, no fim da
resenha.
- BREVIDADE: Como mencionado acima, não esqueçam das diferenças entre resumo e resenha. A RESENHA é um gênero um pouco mais longo que o resumo, então, não sejam tão breves na apresentação e descrição. No nosso caso, não existe limite de palavras na resenha, LIBERTEM-SE!
Atenciosamente
(e com esperança de que melhorem as produções com nossas dicas),
Os
monitores de LPTA 2012.1 (Zilmara e Yunisson)
REFERÊNCIAS
ASSIS,
Machado de. Crônicas, crítica, poesia,
teatro. Org. de Massaud Moisés. 2ª
ed. São Paulo: Cultrix, 1964.