segunda-feira, 7 de maio de 2012

USANDO A VÍRGULA



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Regras Práticas


Emprega-se a Vírgula:
01. Para separar as orações que interrompem o discurso direto:
   Vem cá, Eugênia, disse ela, cumprimenta o Doutor BrásCubas, [...]. (M. de Assis)
► Havendo ponto de interrogação ou de exclamação, muitos autores, dispensam a vírgula: — Travessa? Disse eu. Pois já não está em idade própria, ao que parece. (M. de Assis)
► Modernamente, prefere-se o travessão para isolar essas orações esclarecedoras das intervenções dos interlocutores, nos diálogos, antes dos verbos: dizer, perguntar, responder, exclamar e tantos outros (conhecidos como verbos dicendis): Amém – murmurou Tibério automaticamente.
02. Para separar palavras e expressões de natureza explicativa, continuativa, conclusiva, retificativa, ou enfáticas de um modo geral. Eis uma lista das mais usadas: além disso – aliás – a saber – assim – bem – com efeito – como dizer - demais – depois – enfim – então – isto é – não – no mais – ora – ou melhor – ou seja – ou antes - igualmente – pensando bem – pois bem - pois sim – por assim dizer – por exemplo – realmente – sim – em suma – note-se bem – finalmente – em verdade – demais, etc.
Þ Use a vírgula antes e depois dessas palavras e expressões, sempre que elas estiverem intercaladas na frase:
   Ele não pode vir, ou melhor, não quis vir.
   Em suma, baile chinfrim. (p.38)
   Diga, então, o que quer.
   A compra do material, a meu ver, é indispensável.
03. Para separar frases iniciadas pelas expressões [sim] e[não]:
   Sim, senhor, é o que todos esperavam.
   Não, ninguém o demove dessa decisão.
   Sim, é o que queroNão, nunca pedi isso.
   Sim, um dia hei de morrer. (M. Assis)
04. Para separar orações coordenadas assindéticas e sindéticas.Este é um assunto que achei melhor tratar a parte, devido sua extensão. Está neste link: A Vírgula entre as Orações Coordenadas.
05. Para separar os elementos paralelos ou distintivos de umprovérbio. Somente nesse caso a vírgula é essencial porque separa duas frases paralelas, cada uma com sujeito, verbo e complemento próprios:
   Quem tudo quer, tudo perde.
   Quem dorme com criança, acorda molhado.
   Mocidade ociosa, velhice vergonhosa.
   Casa de ferreiro, espeto de pau.
06. Para separar os nomes de lugar, nas datas:
   São Paulo, 25 de fevereiro de 2006.
07. Para separar termos que desejamos realçar:
   O dinheiro, Jaime o trazia escondido nas mangas do paletó.
08. Para separar palavras da mesma classe:
   A casa tem três quartos, dois banheiros e três salas.
   No sistema solar existem planetas, satélites e asteróides.
09. Para separar todas as palavras repetidas:
   Mulheres, mulheres, mulheres, quantas mulheres!
10. Para indicar a omissão de verbos facilmente verificados:
   Carmem ficou alegre; eu, (fiquei) muito triste.
   Eu trabalho com fatosvocê, (trabalha) com boatos.
11. Para separar ou isolar o aposto:
   Brasília, Capital da República, foi fundada em 1960.
   Iracema, a virgem dos lábios de mel, tinha os cabelos negros.
12. Para isolar o vocativo: Filho meu, onde estás? / E agora,José?
13. Para separar orações adjetivas explicativas
   Brasília, onde há pouca umidade, foi fundada em 1960.
®Sérgio.
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Obras consultadas: CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa. Ed. Nova 
Fronteira, Rio de Janeiro, 1996. // Sacconi, Luiz Antonio. Não erre mais! 28.ed. São Paulo: Editora HARBRA, 2005.

Texto publicado em 18/02/2006 e reeditado em 07/03/2011 no site http://www.recantodasletras.com.br por Ricardo Sérgio. Todos os direitos reservados.




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